Projeto Somos todos Brasuca mostra que educação inclusiva gera novas oportunidades
11/12/2024
Programa Somos todos Brasuca incentiva jovens neurodivergentes a explorar áreas como gastronomia, fotografia e artes. Há seis anos em atividade, o Projeto Somos todos Brasuca tem se consolidado como uma iniciativa na formação de jovens neurodivergentes, oportunizando uma jornada educacional inclusiva, dinâmica e acolhedora. A parceria com o Centro Universitário UniOpet, no campus Rebouças, em Curitiba, garante a infraestrutura adequada e fortalece o ecossistema que fomenta o desenvolvimento social, emocional e cognitivo dos participantes.
“Essas experiências vão muito além do conteúdo teórico, proporcionando vivências que estimulam a comunicação, o raciocínio lógico, o contato com artes, geografia, literatura, além de práticas esportivas, tecnológicas e criativas, como capoeira e fotografia”, afirma Déborah, diretora do Projeto Somos todos Brasuca.
Segundo Déborah, o diferencial do “Somos todos Brasuca” está na compreensão das necessidades únicas de cada jovem. As aulas, divididas em nove módulos, são estruturadas de forma a permitir que o estudante descubra seus pontos fortes, experimente novos interesses e adquira competências alinhadas ao mercado de trabalho. “O projeto aposta em recursos lúdicos, rodas de conversa, debates, interpretação de textos e canções, sempre buscando métodos que incentivem a oralidade, a interação social e a autoconfiança. A tecnologia e o audiovisual também entram em cena, ampliando a capacidade de expressão e a autonomia no dia a dia”.
Esse compromisso constante de adaptação e inovação envolve a participação ativa das famílias, fundamentais no processo de consolidar, além da sala de aula, as mudanças comportamentais e cognitivas percebidas nos jovens. A cada módulo concluído, o aluno, além de consolidar novos conhecimentos, também se torna mais independente em suas decisões, aprimora suas relações interpessoais e desenvolve habilidades úteis para a vida. “O resultado reflete-se em exemplos concretos: estudantes que seguem para a graduação, ingressam no mercado de trabalho e ampliam horizontes antes inimagináveis, construindo uma trajetória mais inclusiva e significativa”, afirma Déborah.
Ambiente acadêmico com professores e estudantes unidos pela inclusão
A presença do UniOpet como parceiro estratégico não é apenas simbólica. A instituição de ensino superior, reconhecida por sua qualidade, coloca à disposição do projeto espaços físicos e uma equipe acadêmica comprometida. Cursos como Gastronomia, Nutrição, Estética e Publicidade se envolvem ativamente, proporcionando uma vivência universitária integrada. Os alunos do UniOpet, por sua vez, atuam como mentores e colaboradores diretos, criando um ambiente de trocas e aprendizados compartilhados.
“Esse intercâmbio entre jovens neurodivergentes e universitários, mediado pelos educadores, é um exemplo prático de como a formação superior pode cumprir um papel social transformador. Ao se envolverem no projeto, os estudantes do UniOpet desenvolvem empatia, consciência social, responsabilidade cidadã e habilidades interpessoais indispensáveis ao mercado atual. Ao mesmo tempo, os participantes do “Somos todos Brasuca” ganham contato com dinâmicas que incentivam o pensamento crítico, a expressão artística, a resolução de problemas e a autoestima”, comenta a coordenadora do curso de Gastronomia, Camila.
A coordenadora do projeto destaca que essa parceria não se limita às questões técnicas. Ao contrário, ela expande o repertório cultural, social e emocional dos envolvidos, fortalecendo a noção de que a educação inclusiva beneficia a todos. “Assim, o “Somos todos Brasuca” deixa de ser visto como uma ação isolada e passa a integrar o cotidiano da instituição, construindo pontes entre a comunidade acadêmica, as famílias e os jovens que encontram ali um caminho de valorização, respeito e crescimento conjunto”.
O papel da Gastronomia e outros cursos na construção de experiências sensoriais e profissionais
Um dos cursos presentes no “Somos todos Brasuca” é o de Gastronomia do UniOpet. A cozinha, com toda sua complexidade sensorial, torna-se um laboratório natural para estimular habilidades práticas, cognitivas e emocionais. “O ato de cozinhar, além de desenvolver o paladar, o olfato, a coordenação motora e a criatividade, leva à interação social, ao trabalho em equipe e ao estímulo da oralidade. Isso acontece quando os jovens aprendem a expressar suas preferências, descrever receitas e compartilhar experiências gastronômicas, fortalecendo a autoestima e o senso de pertencimento”, reforça Camila.
A professora e coordenadora do curso de Gastronomia sublinha que a prática culinária, muito além da técnica, é um exercício de inclusão. “Ao manipular ingredientes, sentir texturas e aromas, preparar e apresentar pratos, os participantes deixam de ser espectadores e tornam-se protagonistas do próprio aprendizado. Eles exercitam a paciência, a colaboração e a autonomia, descobrindo que o conhecimento pode ser construído através de múltiplos sentidos”.
Além da Gastronomia, outros cursos – como Nutrição, Estética e Publicidade – expandem o leque de possibilidades, trazendo discussões sobre imagem pessoal, comunicação, bem-estar, criatividade e até empreendedorismo. “Cada encontro se transforma em uma oportunidade de crescimento holístico, que prepara o jovem para o mercado de trabalho e o inspira a refletir sobre seu papel no mundo, sua capacidade de contribuir e de crescer como indivíduo. Dessa forma, a universidade reafirma sua vocação para formar cidadãos conscientes e participativos”, explica Déborah.